O DIÁRIO ÍNTIMO DE LIMA BARRETO: IMAGENS E DESLOCAMENTOS

Autores

  • Maria do Socorro Barbosa de Miranda Universidade Federal da Bahia

Resumo

Neste artigo, analisamos o Diário íntimo, de Lima Barreto, tomando-o como uma escrita híbrida, a partir da qual percebemos um olhar agudo e sempre em movimento. O escritor se insere num campo de lutas e tensões e o discurso que emite por meio de sua obra cria embates com o pensamento social estabelecido ao mesmo tempo em que rasura estereótipos construídos e sedimentados na narrativa literária oficial. Nesse sentido, pretendemos observar como o eu enunciador, a partir do seu lugar social e subjetivo, constrói imagens de si e opera deslocamentos nos discursos hegemônicos de poder. Tomamos como base para as reflexões desenvolvidas os estudos de Luiz Silva Cuti, Philippe Lejeune, Edward Said, Frantz Fanon, Michel Foucault, dentre outros.

 

DOI: 10.18304/1984-6614/scripta.alumni.n16p116-134

 

Biografia do Autor

Maria do Socorro Barbosa de Miranda, Universidade Federal da Bahia

Possui graduação em Letras com Inglês pela Universidade Estadual da Bahia, atuando principalmente com a Língua Inglesa, Língua Portuguesa, Literaturas Portuguesa e Brasileira. Especialista e Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pelo Programa de Pós-graduação em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana e Doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia.

Referências

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Publicado

2016-12-07

Edição

Seção

O sujeito em sociedade